domingo, 17 de setembro de 2017
Como nossos pais- opinião
Posso dizer que por muito tempo tive certa preguiça de Maria Ribeiro..Achava meios óbvios os personagens e em todos os filmes sua interpretação parecia mais do mesmo.Assim, ao ouvir os rumores de críticas positivas ao novo "Como nossos pais", não me mobilizei de cara..Quem me conhece sabe que a última coisa que leio é a crítica de determinado filme...Podem chamar de chatice ou preguiça mesmo.O fato é que não gosto de ser levada por "a prioris" antes de ir ao cinema..Contudo, para não ser levada pela minha própria implicância, resolvi arriscar. Em "Como nossos pais", Maria Ribeiro ainda está lá, linda e essencialmente ela mesma.A diferença é que sua "personagem", Rosa, se adapta perfeitamente à história. Nada além de um cotidiano rasgado onde as relações familiares são esgarçadas, sob o peso de uma câmera despretensiosa.. Sobra espaço para os conflitos de marido e mulher, mãe e filhos, encontros e desencontros.E para o óbvio talento de Clarisse Abujamra, na pele da personagem de mesmo nome, Clarice, mãe de Rosa. Já na primeira cena, o confronto de mãe e filha toma todo o espaço.Resta aos demais atores,Paulo Vilhena entre eles, ocupar as sobras da mise-en-scene em atuações bastante satisfatórias.. Mas é na beleza do confronto uterino de Clarice e Rosa e sua posterior trégua (spoiler sem prejuízo aos que vão assistir ao filme.Dado o "quê", resta o "como") que Como nossos pais comove..À parte os discursos ferinos, é no olhar, que se adoça, quase à contragosto, em que reside o componente poético mais representativo do filme....
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